A agricultura familiar terá um papel primordial na “crise dos alimentos” que vem sendo abordada por todo o mundo, segundo o pesquisador da Embrapa Sede, de Brasília-DF, Marcelo Gastal, mestre em Sociologia e doutor em Desenvolvimento Sustentável. O pesquisador esteve em Dourados (MS), na 2ª Semana da Agricultura Familiar, para abordar o tema “A agricultura familiar, a crise dos alimentos e o desenvolvimento territorial sustentável”.
Marcelo apresentou os cenários que a Embrapa vem construindo para a agricultura familiar no Brasil levando em consideração principalmente as mudanças climáticas, a produção de forma sustentável, a exploração e conservação da biodiversidade, a integração lavoura-floresta-pecuária-agroenergia e o aumento do consumo e da qualidade dos alimentos.
Nos estudos da empresa, que faz uma previsão da agricultura familiar até o ano de 2023, os pesquisadores analisam as influências da agricultura para os próximos anos, com missão de viabilizar pesquisas, desenvolver e transferir tecnologias e inovação, valorizando o ambiente produtivo, social e ambiental. “E o processo se dá por finalizado quando a população adota a tecnologia, por isso a Embrapa vem atuando no enfoque territorial, da sustentabilidade, de gestão social e organização participativa”, enfatizou o pesquisador.
A Embrapa possui uma linha de investimento específica dentro do Programa de Aceleração do Crescimento – PAC, do Governo Federal, que prevê contratação de pessoal, desenvolvimento de pesquisa e investimentos em infra-estrutura. Para o Chefe-Geral da Embrapa Agropecuária Oeste, Fermando Lamas, a agricultura familiar é prioridade dentro do Plano Diretor da Embrapa que, nos últimos anos, tem intensificado a geração de tecnologia, avaliação técnica e econômica das pesquisas, com foco também para a agroecologia e para o desenvolvimento social.
“Mas deve haver esforços de parcerias. A Embrapa vem avançando em outros modelos de produção como agroecológico, na substituição dos insumos, no modelo orgânico menos dependente e, na média, a agricultura familiar contribui de maneira significativa para a diversificação que agora se torna uma atividade interessante e que favorece a redução da concentração de renda e o acesso de mais pessoas ao consumo de alimentos", comentou.
Apesar dos desafios colocados para o setor que, só em Mato Grosso do Sul possui 60 mil famílias, sendo 60% dessas localizadas na região da Grande Dourados, a agricultura familiar pode melhorar a produtividade através das informações disponibilizadas pela pesquisa. “A demanda por alimento já é maior no Brasil e no mundo, e à medida que a agricultura familiar se torna diferenciada, integrada, estável, organizada se torna também rentável e pode servir como poder de barganha para esse novo momento”, destacou Fernando Lamas.
Fonte: Biotecnologia Ciência & Desenvolvimento
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Olá, João Paulo
ResponderExcluirEssa notícia mostra um pouco da grande importância da agricultura familiar, que de fato tem um grande potencial de inclusão sócio-econômica, valorização das culturas agrícolas tradicionais também de retenção geográfica das populações do campo.
Li recente um livro muito interessante, de Ignacy Sachs (da Cortez Editora), chamado O GATO DE ALICE E OUTRAS CRÔNICAS, que traz vários artigos em defesa da agricultura familiar e do desenvolvimento sustentável.
Abraços solidários,
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