segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Charge

Ibope confirma recorde de popularidade de Lula: 73% a 6%


Pesquisa CNI-Ibope divulgada nesta segunda-feira (15) confirma a CNT-Sensus: a popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva atingiu um recorde histórico, nunca antes alcançado pelos presidentes da República desde a redemocratização. 73% dos brasileiros classificaram o atual governo como ótimo ou bom, contra apenas 6% de respostas ruim ou péssimo.

A avaliação do governo Lula ficou um ponto percentual superior ao ex-presidente José Sarney durante o Plano Cruzado, em setembro de 1986, que detinha o recorde anterior..


Escalada entre os mais ricos e escolarizados


O saldo da avaliação do governo (avaliações bom e ótimo menos ruim e péssimo) chegou a 67 pontos positivos (73% - 6%), seis pontos acima do recorde anterior, da penúltima pesquisa CNI-Ibope, de setembro passado.

Os melhores resultados da avaliação do governo são registrados entre pessoas com faixa de renda de até um salário mínimo. Desses, 81% apontaram o governo como ótimo ou bom e apenas 3% como ruim ou péssimo. O saldo positivo passou de 75 para 78 pontos, reforçando uma marca de todas as avaliações de popularidade deste governo.

No entanto, mesmo na faixa de renda mais alta, acima de 10 salários mínimos, o governo Lula passou a gozar de uma popularidade confortável: 60% de bom e ótimo contra 26% de ruim e péssimo. Foi nessa faixa de renda, e na imediatamente inferior, entre cinco e dez mínimos, que o saldo positivo teve uma maior elevação em relação a setembro: 15 pontos.

O saldo positivo da avaliação ficou estável na faixa com escolaridade até quatro anos (69%), nos municípios com menos de 20 mil habitantes (69%) e na Região Nordeste (80%). E cresceu em todos os outros segmentos pesquisados.

O maior aumento, de 19 pontos, foi na faixa com escolaridade superior: o saldo passou de 39 para 58 pontos positivos (68% de bom e ótimo contra , 22% de ruim e péssimo), um crescimento de 19 pontos.

A nota atribuida pelos eleitores ao governo também subiu, de 7,4 para 5,8. Ambos os números são os mais positivos em seis anos de governo Lula. A nota mais baixa, na faixa que ganha acima de dez salários mínimos, chegou a 6,3.

Perguntas sobre a crise


Esta edição da pesquisa incluiu um conjunto de pacotes sobre a crise econômica internacional (imprecisamente chamada "crise financeira" nos questionários). Uma maioria de 75% sabe que a crise existe, enquanto 23% ouviu falar dela pela primeira vez durante a entrevista.

Dos entrevistados, 84% afirmam que a crise é“muito grave”ou “grave”, contra apenas 9% que a consideram “pouco”ou “nada grave”. No entanto, mais da metade da população, 56%, acha que o Brasil será pouco ou nada prejudicado.

Quanto ao medo da crise, 41% responderam ter pessoalmente "um pouco" de medo, 26% disseram não ter qualuer medo e 24% declararam ter "muito medo". Na faixa que ganha acima de dez mínimos esta última resposta subiu para 29%.

O número dos que acreditam que o país está mais preparado para esta crise do que para as anteriores sobe a 46%, 22% acham que o Brasil estádo mesmo jeito e 22% acham que o Brasil não está preparado ou está menos preparado.

A maioria afirma que ainda não sente os efeitos da crise (61%), enquanto 29% afirmam que jáos sentem em seu dia-a-dia; 46% dizem que não alteraram e nem pretendem alterar seus hábitos de consumo ou seu planejamento financeiro.

Uma maioria de 62% acha que o governo Lula está tomando as medidas corretas no enfrentamento da crise. Outros 15% responderam que não está. Ao qualificar a ação no combate à crise, 62% responderam que é ótima ou boa, 25% que é regular e 5% que é ruim ou péssima.


Crise, "surpreendentemente", ajuda Lula


De acordo com o diretor de relações intitucionais da CNI, Marco Antonio Guarita, a melhora no índice de avalição do presidente Lula se deve às primeiras medidas adotadas pelo governo para conter os efeitos da crise econômica mundial no país. Para 62% dos entrevistados, a atuação do governo neste assunto é ótima ou boa.

"Já havia uma tendência de crescimento da avaliação positiva tanto do governo quanto do presidente. Mas a crise nos parece ser um fator novo. E surpreendentemente aparece como um elemento que reforça a avaliação do governo. Boa parte da população registra conhecer a crise, confere a ela uma grande importância, mas entende que as medidas que o governo vêm adotando trazem resultados positivos", avaliou Guarita.


CNT-Sensus confirma


A pesquisa CNI-Ibope ouviu 2.002 entrevistados em 141 municípios, entre os dias 5 e 8 de dezembro de 2008. A margem de erro é de dois pontos percentuais.

Mais cedo, a pesquisa CNT-Sensus, realizada de 8 a 12 de dezembro, e divulgada também nesta segunda-feira, apontou números igualmente favoráveis ao governo Lula.

A avaliação positiva do governo chegou a 71,1%, e a avaliação negativa a 6,4%. Em setembro de 2008, a avaliação positiva era de 68,8%, e a avaliação negativa, 6,8%.
A mesma pesquisa apontou que a aprovação do desempenho pessoal de Lula subiu a 80,3% em dezembro, ante 77,7% em setembro deste ano. A desaprovação chegou a 15,2%. Em setembro de 2008, a desaprovação era de 16,6%.


Da redação, com CNI-Ibope e agências

Árabes apoiam nas ruas jornalista que atirou sapatos em Bush




Milhares de iraquianos foram nesta segunda-feira (15) às ruas do bairro Sadr, de Bagdá, para protestar contra a prisão do jornalista que no último domingo atirou seus sapatos contra o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, em uma entrevista coletiva na capital iraquiana.


O jornalista Muntadhar al-Zaidi foi detido, acusado pelo governo iraquiano de ter cometido um ''ato bárbaro e humilhante'' durante a entrevista coletiva realizada domingo.

O presidente americano fez uma visita ''surpresa'' a Bagdá e, enquanto dizia aos jornalistas que embora a guerra no Iraque ainda não tenha terminado por ''estar decididamente a caminho de ser vencida'', al-Zeidi pegou seus sapatos e os atirou contra Bush, acusando o presidente americano de ''assassino''.

Bush, que estava concedendo uma entrevista junto com o premiê iraquiano Nuri al-Maliki, abaixou-se por trás do ganinete, enquanto os sapatos por pouco não atingiam sua cabeça.

''Milhões de iraquianos ou talvez milhões de pessoas no mundo inteiro gostariam de ter feito o que Muntadhar fez'', afirmou hoje Uday al-Zeidi, irmão de Mundathar.

''Graças a Deus ele teve a coragem de fazer isso, vingando o povo iraquiano e o país contra aquele que massacrou e matou seu povo''.

A emissora de televisão Al-Baghdadiya, a empregadora de Muntadhar, eigiu a libertação depois que Iassin Majid, assessor de imprensa do premiê, afirmou que al-Zeidi será julgado por crimes de ''insulto ao Estado''.

Um advogado iraquiano disse à agência de notícias AFP que al-Zeidi está arriscado a penas de no mínimo dois anos de prisaõ se for processado por insultos contra um chefe de estado em visita ao país.


Liberdade de expressão

Na segunda-feira, a al-Baghdadiya suspendeu sua programação normal e exibiu mensagens de apoio ao jornalista gravadas em todo o mundo árabe.

Um apresentador leu uma declaração pedindo pela liberação do jornalista, ''de acordo com a era democrática e o direito de liberdade de expressão que foi prometido aos iraquianos pelas autoridades americanas''.

Também aconteceram demonstrações nas ruas de Basra e Najaf, onde algumas pessoas atiraram sapatos contra um comboio americano.

Khalil al-Dulaimi, o ex-advogado do ex-presidente assassinado Saddam Hussein, disse que estava formando um grupo para defender al-Zaidi e que 200 advogados, inclusive americanos, já teriam se oferecido para ajudá-lo na defesa.

''Isso foi a última coisa que um iraquiano poderia fazer a Bush, um tirano criminoso que matou dois milhões de habitantes do Iraque e do Afeganistão'', acusou.

''Nossa defesa de al-Zaidi será baseada no fato de que os Estados Unidos estão ocupando o Iraque, e a resistência é legítima por todos os meios, inclusive os sapatos''.

Na cultura iraquiana, atirar sapatos em alguém é um sinal de desdém, desrespeito e o incidente serviu como última lembrança da enorme oposição à invasão do Iraque liderada pelas forças americanas — conflito que caracterizou os oito anos da administração Bush.

''Atirar os sapatos em Bush foi o melhor beijo de despedida que vi... isso expressa como os iraquianos e outros árabes odeiam Bush'', escreveu Musa Barhoumeh, editor do jornal independente jordaniano Al-Gahd.

Mas o apoio não é inteiramente universal e alguns iraquianos acreditam que al-Zeidi passou dos limites.

''Considero isso desnecessário. Essa coisa é injustificável. É um estilo errado. Nós não somos violentos. Podemos expressar nossas opiniões de outros modos'', afirmou um morador de Bagdá.

A visita de Bush à capital do Iraque acontece há apenas 37 dias do término de seu mandato, quando entregará a Casa Branca ao presidente eleito Barack Obama, que prometeu retirar as tropas de ocupação do Iraque.


Com informações da Al Jazira: http://english.aljazeera.net

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

PIB do 3º trimestre surpreende e cresce 6,8%

O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 6,8% no terceiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. Na comparação com o segundo trimestre, a expansão foi de 1,8%. No intervalo de 12 meses entre outubro de 2007 e setembro deste ano, o PIB cresceu 6,3%. Os números foram divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta terça-feira (9).



O desempenho da economia brasileira surpreendeu muitos analistas. A expectativa era de uma alta em torno de 6% na comparação com o terceiro trimestre do ano passado e pouco mais de 1% em relação ao período de julho a setembro deste ano.

Entre os setores da economia, o destaque foi a indústria, que verificou um crescimento de 7,1% sobre o terceiro trimestre do ano passado. A atividade agropecuária expandiu-se 6,4%, e os serviços, 5,9%.

A construção civil continuou sendo o destaque do setor industrial, com crescimento de 11,7%. A produção de petróleo e gás aumentou 6,2%; a de minério de ferro, 10,6%.

Na área agrícola, destacam-se o trigo, o café e a cana-de-açúcar, produtos que têm safra relevante no terceiro trimestre. Entre os serviços, os destaques foram informações (expansão de 10%), comércio (9,8%) e intermediação financeira e seguros (8,8%), sempre na comparação com o terceiro trimestre do ano passado.


Investimento cresce 19,7%

Os dados do IBGE mostram que os investimentos das empresas (a chamada "formação bruta de capital fixo") aumentaram 19,7% na comparação com o terceiro trimestre de 2007.

O motivo, segundo o IBGE, foi o aumento da produção interna e da importação de máquinas e equipamentos.

O consumo das famílias aumentou 7,3%, no 20º crescimento consecutivo quando se compara um trimestre com o seu equivalente no ano anterior. Essa evolução é explicada pelo crescimento de 10,6% da massa salarial (total de salários pagos no país), na avaliação do IBGE.

As despesas da administração pública aumentaram 6,4% em relação ao terceiro trimestre de 2007. No setor externo, as exportações de bens e serviços subiram 2%, bem menos que as importações (22,8%). Desde o primeiro trimestre de 2006, segundo o IBGE, a taxa de crescimento das importações supera a das exportações.


Crise

A crise financeira internacional ganhou força a partir da metade de setembro, com o colapso do banco de investimento Lehman Brothers. A partir daí, os sinais de recessão global começaram a aparecer – o que leva analistas a prever uma contração do PIB também no Brasil no quarto trimestre.

Na avaliação do Professor da FEA-USP, Luiz Jurandir Simões Araújo, os números divulgados nesta terça-feira, assim como os do próximo trimestre, ainda trarão um saldo positivo do período anterior ao agravamento da crise financeira global. Araújo não descarta uma desaceleração entre o quarto e o terceiro trimestre de 2008, mas, para ele, o verdadeiro teste para a economia brasileira será conhecido a partir de março de 2009. “O impacto da redução dos postos de trabalho fechados na Vale, a redução de projetos imobiliários e a retração do crédito no financiamento de automóveis só deve ser conhecido depois de março de 2009”, avalia Araújo.


Revisões

Também nesta terça-feira, o IBGE revisou, para cima, o resultado do crescimento do PIB do País em 2007. Segundo os dados do órgão, a expansão no ano passado foi de 5,7%, acima dos 5,4% anunciados anteriormente.

O IBGE revisou também o desempenho econômico do Brasil no primeiro trimestre deste ano. O PIB, segundo os novos dados, cresceu 1,7% entre janeiro e março de 2008 na comparação com o último trimestre de 2007, bem acima do 0,8% informado inicialmente.


vermelho.org

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Conversações com Hugo Chávez e Raúl Castro


Em uma visita realizada a Venezuela e Cuba, em outubro deste ano, o ator e cineasta Sean Penn conversou demoradamente com Hugo Chávez e Raúl Castro. Ao final da entrevista com Castro, ele reflete: "a maior parte das questões básicas sobre soberania nos permitem entender o antagonismo norte-americano contra Cuba e Venezuela, assim como contra as políticas desses países. Eles sempre tiveram só duas escolhas: serem imperfeitamente nossos ou imperfeitamente deles mesmos".


Hugo Chavez


“Qual a diferença entre você e Fidel?” Chávez diz, “Fidel é um comunista. Eu não sou. Eu sou um social-democrata. Fidel é um marxista-leninista. Eu não sou. Fidel é um ateísta. Eu, não.

“Se Barack Obama for eleito presidente dos Estados Unidos, o senhor aceitaria um convite para voar até Washington encontrá-lo?”. Chávez respondeu imediatamente: “Sim”.






Raúl Castro


"Bloqueio é um ato de guerra, então os americanos preferem embargo, uma palavra usada em procedimentos legais".

“Havendo um encontro entre você e o nosso próximo presidente, qual seria a prioridade de Cuba?" Sem pestanejar, Castro responde: “Normalizar o comércio.”

“Nós somos tão pacientes como os chineses. Setenta por cento de nossa população nasceu sob o bloqueio.



http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=15408

Muito barulho por nada

por Márcia Pinheiro

O senador Tasso Jereissati (PSDB) armou uma verdadeira tempestade em copo d´água pelo fato de a Petrobras ter tomado 2 bilhões de reais na Caixa e 751 milhões de reais no Banco do Brasil.

A queda do preço do petróleo e a necessidade de honrar impostos e compromissos forçaram a estatal a lançar mão desses recursos.

No mais, não é segredo de ninguém que o mercado externo de crédito está paralisado. Não há como obter recursos lá fora.

Na falta de propostas concretas para descongelar o sistema de crédito brasileiro, a oposição grita, sem ter razão.


CartaCapital

Líder do PR na Câmara pede que deputados doem dinheiro para SC

Luciano Castro (RR) quer doar um dia de salário, o equivalente a R$ 400.
Salário bruto de um deputado chega a R$ 16.500.


O líder do PR na Câmara, deputado Luciano Castro (RR), pediu em plenário que os colegas doem o equivalente a um dia de salário dos parlamentares -segundo ele, cerca de R$ 400,00- para as vítimas das enchentes em Santa Catarina.

De acordo com o deputado, se todos os 513 deputados aderirem, seria possível destinar R$ 210 mil às vítimas. O sálario bruto de um deputado federal chega a R$ 16.500.

Castro defendeu que a doação seja espontânea e se comprometeu a encaminhar aos colegas uma carta com a sugestão. A doação seria feita a uma conta do Banco do Brasil que recebe donativos.

“Todos estamos consternados com a situação de Santa Catarina. (...) Seria uma doação espontânea de cada um para uma conta do Banco do Brasil. R$ 400,00 é pouco, mas, no contexto de 513 parlamentares, seriam quase R$ 210 mil, o que, sem dúvida alguma, ajudaria muito as sofridas famílias de Santa Catarina”, disse o líder do PR.


portal G1

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Duas operações Federais marcaram o dia no Rio de Janeiro

Casa & Vídeo

Grupo teria sonegado cerca de R$ 100 milhões em dois anos, segundo PF.
Na operação, 13 pessoas foram presas e uma continua foragida.

Segundo a polícia, estima-se que o grupo, responsável pela rede de varejo Casa e Vídeo, teria sonegado cerca de R$ 100 milhões em impostos só nos últimos dois anos.

O esquema

De acordo com a Receita, a Casa e Vídeo não tem habilitação para importar mercadorias, e, por isso, "contratava" outras empresas para importar produtos subvalorizados da China. No esquema, um mesmo grupo fazia encomendas diretamente no produtor, importava, revendia e tornava a enviar o dinheiro para fora do país.

“A diferença de pagamento era feita à margem do declarado. Essa falsidade do valor já prevê apreensão da mercadoria. Usava-se varias empresas importadoras pra não configurar importação e não pagar IPI”, explica a superintendente da Receita Eliana Pólo Pereira.

Segundo Eliana, essas importadoras eram do mesmo grupo e tinham como cliente único a Casa e Vídeo. Ela afirma ainda que o grupo possui uma dívida de R$ 40 milhões com a previdência social.

“A origem do dinheiro ainda está sendo investigada, mas pelo tipo de esquema, com dificuldade de identificação dos sócios e blindagem de patrimônio, é ilícito”, completou o superintendente da PF Waldinho Jacinto Caetano.


Academias

O dia também foi marcado por outra operação. A Polícia Federal passou por diversas academias para reprimir o uso de medicamentos e anabolizantes, várias drogas foram apreendidas e pessoas foram presas. Entre os crimes está o de tráfico de drogas e crime contra a saúde pública.

Paes anuncia seis novos nomes para a Prefeitura do Rio

Vereador Luiz Antônio Guaraná assumirá a Secretaria de Obras.
Anúncios incluem nomes para Comlurb, RioLuz, Riourbe e GeoRio.



O prefeito eleito, Eduardo Paes, anunciou nesta terça-feira (25) os nomes de seis novos integrantes de seu gabinete, na Fundação Getúlio Vargas, em Botafogo, na Zona Sul do Rio.

O vereador Luiz Antônio Guaraná assumirá a Secretaria de Obras. O engenheiro Carlos Pereira Dias, servidor da prefeitura, será o subsecretário do gabinete de Guaraná.

Ângela Avellar, também servidora da prefeitura, assume a presidência da RioLuz, e José Cândido, o presidente da Riourbe. Márcio Machado, servidor da GeoRio, assume a presidência da fundação. Paes também anunciou para a presidência da Comlurb a servidora Ângela Nóbrega Fonti.



Cristiane Brasil assume Secretaria de Envelhecimento e Qualidade de Vida.
Vereadora, ela promete dez equipes de atendimento ao idoso já em 2009.

O prefeito eleito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), anunciou nesta terça-feira (25) o nome da vereadora reeleita Cristiane Brasil (PTB) para a Secretaria Municipal de Envelhecimento saudável e Qualidade de Vida, uma pasta voltada para as questões da terceira idade. Ela é filha do ex-deputado federal e presidente do PTB Roberto Jefferson.

Segundo a assessoria do peemedebista, o Rio de Janeiro é uma das cidades brasileiras com a maior concentração de idosos, com cerca de 14% da população. Um dos projetos que o futuro prefeito considera fundamentais é o atendimento domiciliar a idosos, que será feito em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde.

A futura secretária informou que o grande desafio da secretaria em relação aos idosos é fazer valer a legislação, que é uma das mais avançadas. Sobre as equipes de atendimento ao idoso, Cristiane Brasil anunciou que pelo menos dez equipes de atendimento ao idoso serão montadas já no primeiro ano de administração.

“Elas terão caráter multidisciplinar e contarão com seis profissionais, incluindo psicólogos porque a depressão é uma doença que atinge muitos idosos”, disse.

Para Eduardo Paes, Cristiane Brasil reúne condições de ocupar o cargo por ter sido uma das responsáveis pelas propostas para o setor apresentadas em sua campanha eleitoral.



portal G1

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Poder do consumidor pode frear mudanças climáticas e garantir sustentabilidade


Pesquisas desenvolvidas no Brasil e na Inglaterra indicam que o consumidor tem papel fundamental na sustentabilidade e seu comportamento tende a influenciar as políticas públicas locais


A idéia de que apenas as grandes empresas são responsáveis pelo aquecimento global ainda persiste no mundo inteiro, mas, em paralelo, cresce a consciência de que o poder do consumidor consciente é decisivo para garantir a sustentabilidade.

Na Inglaterra, uma pesquisa encomendada pela Confederação das Indústrias Britânicas (CBI, sigla em inglês) à empresa de consultoria McKinsey, revelou que 60% das emissões são controladas ou influenciadas pelos consumidores. O novo dado obrigou as entidades locais a repensar e reformular as políticas traçadas para atingir a meta do governo britânico de 60% de redução, em relação aos níveis de 1990, das emissões de gases de efeito estufa até 2050.

“O dado mudou substancialmente a perspectiva de ações que o país vinha seguindo. O foco principal agora é o consumidor. É sobre ele que o setor privado e o governo precisam trabalhar para garantir a sustentabilidade”, afirmou Martin Broughton, presidente da CBI, que no dia 2 de setembro, presidiu o lançamento no Brasil do relatório “Mudanças climáticas: um assunto de todos”.

Broughton afirmou que, na Inglaterra, cresce o número de indústrias sustentáveis, além de outras que demonstram interesse em se tornar ambientalmente corretas. Ainda assim, insistiu que ainda é grande o número das que ainda estão longe dessa realidade. “Percebemos que pela demanda, ou seja, se o consumidor escolher empresas ambientalmente responsáveis para comprar, a humanidade estará garantindo uma economia de carbono limpo”, garantiu.

A CBI reúne algumas das maiores empresas britânicas, entre elas, a BP, a Shell e a British Airways. Juntas elas emitem cerca de 370 milhões de toneladas de CO2 por ano e empregam quase 2 milhões de pessoas ao redor do mundo, gerando uma receita anual equivalente a três trilhões de reais. “Os números da CBI já são consideráveis para pensarmos em resultados expressivos, mas queremos ir mais longe, conscientizando mais pessoas”, afirmou Broughton.

Segundo o relatório, 35% das emissões são controladas diretamente pelo consumidor, seja no aquecimento das casas, no uso de automóveis particulares e outros meios de transporte e no consumo de energia elétrica em domicílios. O varejo, alimentação e bebidas, atacado e a agricultura representam 25% das emissões. Os restantes 40% dos gases são emitidos na fabricação de bens, mineração de carvão e transporte de carga.

Brasil

O relatório britânico não revela números da conscientização dos consumidores ingleses, mas no Brasil, um número considerável de pessoas tem em um nível elevado de consciência dos impactos na hora de fazer suas escolhas de consumo. A pesquisa “Como e por que os brasileiros praticam o consumo consciente?”, divulgada pelo Akatu em março de 2007, revela que um em cada três brasileiros percebe os impactos coletivos ou de longo prazo nas decisões de consumo. Segundo o estudo, cresceu em 7 pontos percentuais – de 36% em 2005 para 43% em 2006 – a proporção de consumidores que usam seu poder de compra e de comunicação para premiar empresas que tenham práticas adequadas de responsabilidade social e ambiental.

Para José Augusto Coelho Fernandes, diretor executivo da Confederação Nacional das Indústrias, apesar de realidades diferentes (no Brasil, 45% da energia é renovável e na União Européia, apenas 20%) através do relatório “é possível verificar a existência de pontos de ação em comum, como a internalização de medidas de sustentabilidade no DNA do ciclo produtivo das empresas e a educação da comunidade”.

Políticas Públicas no Brasil

É com base no reconhecimento do papel determinante do consumidor na preservação do planeta que uma parceria entre organizações brasileiras que trabalham em defesa da sustentabilidade realizou até 20 de setembro, uma consulta à sociedade civil com o objetivo de angariar contribuições para a formulação de uma Política Nacional de Mudanças Climáticas a ser apresentada ao Congresso Nacional em novembro próximo. Segundo o ambientalista Fábio Feldmann, membro do Conselho Consultivo do Instituto Akatu e um dos integrantes da parceria, “não se trata de um projeto de lei, já que existe um processo em curso no Congresso Nacional, mas da construção de um documento que possa contribuir para este processo, com inovações e sugestões provenientes da sociedade civil organizada”.

Para Feldmann, um dos grandes diferenciais da iniciativa é a sua forte aposta em medidas de adaptação, ou seja, o projeto pretende exigir do governo respostas concretas e permanentes, em forma de lei, para os brasileiros que já estão sofrendo efeitos diretos das mudanças climáticas. “Precisamos criar um mecanismo legal para cobrar do governo a eficiência nas áreas de defesa civil, por exemplo, ou a assistência de reparação de prejuízos econômicos e sociais decorrentes das mudanças climáticas”, afirmou.

Idéias e sugestões podem ser enviadas por meio do Observatório do Clima (www.oc.org.br).



www.akatu.com.br

Repensando o uso do automóvel


Diversas cenas marcam o vai-e-vem nos grandes centros urbanos do país. Mas os automóveis dominam as ruas nos grandes centros urbanos


Por Naná Prado, para o Instituto Akatu pelo Consumo Consciente

Cena 1: nada mais comum do que observar uma fila interminável de carros parados no trânsito soltando muita fumaça. Dentro, pessoas impacientes, também soltando muita fumaça.

Cena 2: ônibus, metrôs e trens lotados. Pessoas desesperadas para entrarem nas conduções, sentarem e, quem sabe, tirarem um cochilo no longo caminho até seus destinos.

Cena 3: depois de tentar todos os meios de transporte possíveis, Carla Maricondi, arquiteta, 27 anos, decide levar um tênis para o trabalho e voltar a pé.

Cena 4: ciclistas pedalam entre os carros, fazendo inveja aos motoristas confinados.

Diversas cenas marcam o vai-e-vem nos grandes centros urbanos do país. Mas são os motores que dominam as ruas, que não foram planejadas para o uso da bicicleta como meio de transporte. Muitas cidades nem mesmo têm calçadas adequadas para aqueles cidadãos que desejam caminhar na volta para casa.

Com o início da indústria automobilística no Brasil, no final da década de 50, ter um carro passou a ser o sonho de muitos brasileiros. Os governos concentraram grandes esforços na infra-estrutura rodoviária. Apesar de o transporte coletivo ter ganhando espaço, o carro ainda domina de longe as ruas dos grandes centros metropolitanos. São gastos recursos públicos de enorme monta na construção de túneis, viadutos, recapeamento e outras obras com foco no automóvel, um veículo que oferece uma má relação entre o espaço ocupado nas ruas e o número de pessoas transportadas.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a cidade de São Paulo atingiu em 2007, algo em torno de 11 milhões de pessoas. A frota de automóveis já ultrapassou 4 milhões, ou seja, pode-se dizer que a cada 3 pessoas, uma tem um carro. Enquanto isso, não há muito mais que 65 mil ônibus e micro-ônibus. Motos e motonetas somam quase 600 mil.

Dos números para a realidade

Uma pessoa que utiliza transporte coletivo consome 12 vezes menos combustível do que se utilizasse o carro e causa a emissão de 5 vezes menos gás carbônico. Após 1 ano, o indivíduo que utiliza o carro particular, terá causado a liberação da mesma quantidade de carbono que 10 árvores assimilam, em seu processo de crescimento, ao longo de 20 anos aproximadamente. Utilizando o transporte coletivo, a quantidade de carbono emitida por pessoa equivale a 1 árvore.

Se uma pessoa deixar de usar seu automóvel particular 1 vez por semana, durante 1 ano, mais de 200kg de gás carbônico deixarão de ser lançados na atmosfera. Além disso, essa mesma pessoa economizaria, ao longo desse ano, mais de 132 litros de combustível, o que equivale hoje a aproximadamente R$ 330,00.

Segundo o biólogo Cláudio Luis de oliveira, da Universidade Estadual Paulista (UNESP), “a cada atitude individual, os impactos positivos do consumo consciente já se mostram surpreendentes. O trabalho coletivo se mostra como um poderoso instrumento de transformação da engrenagem da vida”.

Se os consumidores se tornarem conscientes do poder que têm sobre a escolha de produtos e serviços oferecidos, o custo do transporte poderia deixar de representar 22% da renda familiar do trabalhador paulistano e, se houver uma pressão sobre as municipalidades que regulam o transporte coletivo, poderia haver uma melhor na facilidade de acesso e na qualidade do serviço.


Mudança de hábitos

Aquele consumidor que prefere utilizar bicicleta, caminhar a pé ou até usar o transporte coletivo, ao invés do carro particular, “colabora também com a melhor circulação das pessoas pela cidade. Pois, uma pessoa, em um carro, ocupa em média, um espaço sete vezes maior do que ocuparia em um ônibus”, comenta Cláudio de Oliveira.

Além disso, de que adianta possuir um carro novo, com motor potente se a velocidade alcançada, ao menos nos centros urbanos, é muitas vezes menor que a de uma bicicleta? Nesse sentido, é inútil o avanço da alta tecnologia avança no desenvolvimento de motores cada vez melhores e na formulação de combustíveis cada vez menos poluentes. É preciso mudanças em outra direção para resolver o trânsito das grandes cidades.


Mudanças na lógica do deslocamento

Estudiosos, empresários e consumidores propõem as mais variadas alternativas para o trânsito das grandes capitais, entre elas a implementação de medidas para a redução da frota de carros, como o pedágio urbano e a restrição a estacionamentos, a melhoria no transporte público, o incentivo ao uso de bicicletas e políticas voltadas para criação de corredores de ônibus.

Silvia Olivella, 43 anos, é professora de Yoga e afirma que já teve carro mas não se atreve a sair dirigindo porque hoje o trânsito de São Paulo é muito agressivo.”Eu tenho medo de dirigir. Utilizo metrô e ônibus, mas gostaria que as linhas se cruzassem, assim não haveria tanta aglomeração de pessoas. “O que mais me irrita no metrô é a lotação, e no ônibus é a lentidão pelo trânsito”.

Boas idéias não faltam. Maria Cristina Nascimento mora em São Paulo e sugere mudanças na lógica do deslocamento, levando a atividade produtiva para os bairros dormitórios. Segundo ela, “muita coisa mudaria se os bairros onde as pessoas moram tivessem mais emprego e se, além disso, as empresas flexibilizassem os horários dos funcionários”. É preciso oferecer emprego, comércio e serviços públicos nos bairros.

Em época de eleições é comum ver empreiteiros propondo obras, como viadutos, túneis, entre outras. Recentemente, os empreiteiros de São Paulo propuseram aos candidatos à Prefeitura um plano de obras viárias estimado em mais de R$ 15 bilhões. “Tudo para ter mais espaço para os carros. Esse tipo de proposta só reforça a cultura do automóvel e no final o que se tem não é o efeito esperado”, afirma Maria Cristina. A lógica, segundo ela, deve ser a de olhar para a demanda e fazer com que haja menos necessidade de locomoção.

A ONG Rua Viva têm propostas semelhantes. Há duas décadas propunha um novo paradigma para a apropriação do espaço e do tempo na circulação de pessoas nas cidades, ou seja, em vez de mais transporte, menos distâncias e menor necessidade de deslocamento. Esses conceitos são fundamentais hoje para que a engenharia de tráfego possa ter eficácia. A lógica do transporte deve ir muita além de pensar a locomoção, deve servir de fio condutor para um novo padrão de comportamento.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

EUA: Rumo ao Estado Fascista

http://www.novae.inf.br/site/modules.php?name=Conteudo&pid=1112

A liberdade de uma democracia não é segura se o povo tolera o crescimento de poder privado ao ponto de tornar-se mais forte que o próprio Estado democrático. Isto, em essência, é fascismo – o apossamento do governo por uma pessoa, por um grupo, ou qualquer poder privado de controle.
(Franklin Delano Roosevelt)

“Santo Agostinho conta a história de um pirata capturado por Alexandre, o Grande, que lhe perguntou: ‘Como você ousa molestar o mar?’. ‘E como você ousa desafiar o mundo inteiro?’, replicou o pirata. ‘Pois, por fazer isso apenas com um pequeno navio, sou chamado de ladrão; mas você, que o faz com uma marinha enorme, é chamado de imperador’.”

Brasil continuará "gigante exportador"

A União Européia avalia que o Brasil consolidará seu status como "exportador gigante" de produtos agrícolas até 2017, visto seu domínio nas vendas de oleaginosas, açúcar, etanol, carnes bovina e de frango. Já a UE deve perder espaço nas vendas de grãos, açúcar, lácteos e carnes. A exceção será para o trigo, cujas exportações deverão aumentar. Os Estados Unidos continuarão líder no comércio de trigo e de milho, principalmente.

A nova projeção européia para o comércio agrícola global prevê que o Brasil vai passar os Estados Unidos como maior produtor mundial de óleo de soja em 2016/17. O Brasil e a China (como importador) representarão mais da metade desse comércio em 2010. Argentina e EUA continuarão na liderança das exportações.

A demanda por açúcar deve crescer mais rápido que a produção, e o Brasil e a UE serão os principais atores no mercado. Até 2017, o Brasil terá 60% do mercado mundial. A UE se tornará o maior importador global, comprando mais de 5 milhões de toneladas. A China e os Estados Unidos vão importar muito açúcar, deixando a Rússia (hoje o maior importador) na quarta posição em 2017.

A Tailândia deve superar a Austrália como segundo maior exportador de açúcar, com uma fatia de 12%. Desde 2006, a Índia é o segundo maior produtor.

A UE projeta para o etanol o domínio do Brasil como exportador e dos Estados Unidos como importador. O comércio internacional deve crescer velozmente, pelos cálculos de Bruxelas. As exportações brasileiras podem alcançar 13 bilhões de litros dentro de dez anos, pelo cenário europeu.

O setor de carnes como um todo manterá sua expansão, graças a aumento da população mundial e maior renda nos países em desenvolvimento. O comércio deve aumentar 2,5% ao ano. O Brasil ganhará mais da metade do crescimento, com 30% das exportações globais de carnes em 2017. Os Estados Unidos também ganharão fatias de mercado. A Rússia permanecerá como o maior importador líquido, seguido pelo Japão.

A China representará mais de 40% do crescimento da demanda, mas isso terá menos impacto no comércio mundial porque o consumo pode ser atendido em grande parte pela produção doméstica.

O Brasil continuará dominando o comércio de carne bovina, com 47% das exportações mundiais. Também poderá mais que dobrar suas exportações de carne de porco. E será o único país onde a produção de frango é prevista para aumentar significativamente mais rápido do que o consumo, consolidando sua posição de maior exportador, a frente dos EUA.

Entre os principais cereais, o trigo terá produção maior na Austrália, UE e EUA. Em relação ao arroz, a Tailândia pode consolidar sua posição como maior exportador mundial, seguido pelo Vietnã.

Quanto ao milho, os Estados Unidos devem "recapturar" mercados e elevar sua fatia de mercado de 63% para 72%. A Argentina será o segundo, com 20%. Já o Brasil terá sua fatia menor, porque o consumo doméstico de milho será maior que a produção. A demanda da China continuará alta.

A expectativa é de que os preços serão mais voláteis no futuro. Para o médio prazo, as projeções são de alta, depois da queda de cotações registradas neste ano.


Charges


Nomes do novo Governo Municipal

Na segunda-feira (10), Paes havia anunciado o nome do ex-ministro do Trabalho Paulo Jobim para ocupar a Secretaria de Administração.


Nomes do novo governo

Até agora, Paes já anunciou os nomes dos seguintes secretários: de Pedro Paulo (Casa Civil), Jandira Feghali (Cultura), Claudia Costin (Educação), Jorge Bittar (Habitação), Desenvolvimento Econômico (Marcelo Costa), Rodrigo Bethlem (Ordem Pública), Cláudia Costin (Educação), Alexandre Sansão Fontes (Transportes), Fernando William (Assistência Social), Ruy Cezar (Copa do Mundo e Jogos de 2016), Hans Dohmann (Saúde), Sérgio Dias (Urbanismo) e o vice-prefeito eleito Carlos Alberto Muniz (Meio Ambiente).


O prefeito eleito já escolheu também o procurador-geral do município (Fernando Dionísio) e o comandante da Guarda Municipal, que vai ser o tenente-coronel Ricardo Pacheco.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Lula defende revisão do Consenso de Washington


“Penso que essa crise é uma oportunidade extraordinária para fazermos uma reflexão sobre tudo que fizemos de errado a partir do Consenso de Washington. E criarmos um outro consenso em que o ser humano, o trabalhador a produção agrícola, industrial, cultural científica e tecnológica sejam a razão de ser da economia e não a especulação financeira”, disse Lula depois de conversa reservada de 40 minutos com o presidente italiano.

Lula chamou o ex-integrante do partido comunista da Itália de “caro companheiro” e enfatizou que os governos devem “ouvir menos analistas de mercado” e prestar mais atenção nos problemas sociais.

“Meu caro companheiro Giorgio Napolitano, na Assembléia Geral das Nações Unidas eu disse que para resolver a crise era chegado o momento da política. Eu penso que nesse momento os governantes precisam entender que nós precisamos ouvir menos analistas de mercado e mais analistas dos problemas sociais, analistas de desenvolvimento e analistas que conheçam as pessoas humanas”, disse Lula.

Formulado em novembro de 1989 por economistas de instituições financeiras baseadas em Washington, o referido Consenso era constituído por regras que serviram de base para a política oficial do Fundo Monetário Internacional na década de 1990, e eram impostas aos países pobres em dificuldades como condições para receberem recursos.

Entre essas regras algumas foram adotadas na década de 1990 no Brasil, como a abertura da economia por meio da liberalização financeira e comercial e da eliminação de barreiras aos investimentos estrangeiros, privatizações, redução de subsídios e gastos sociais por parte dos governos e desregulamentação do mercado de trabalho.


Conselho de Segurança


A visita de Lula à Itália também tem como objetivo a busca por apoio para que o Brasil passe a integrar o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas. Lula apontou o cenário de crise mundial como motivo para que os países ricos “não tomem mais sozinhos as decisões” sobre a economia

“Precisamos reformar as instâncias decisórias internacionais e atribuir mais voz, vez e voto aos países em desenvolvimento, sob pena de não dispormos de mecanismos adequados para combater a crise”, disse.

Esse é o tema que Lula pretende abordar no encontro com o primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, previsto para esta terça-feira. A visita é estratégica porque no início de 2009 a Itália assumirá a presidência do G8. Ao ser recebido por Napolitano no Palácio Quirinale, residência oficial de presidente, Lula adiantou o pedido.


“Quando encontrei com o primeiro-ministro Berlusconi, em julho, no Japão, conversamos sobre uma maior participação do Brasil e dos países em desenvolvimento nos debates da cúpula da Ilha Madalena. Amanhã, vamos retomar esse tema. Não faz sentido que os grandes temas que afetam a humanidade sejam debatidos apenas pelos países ricos”, disse Lula.


Fonte: Agência Brasil

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Com Obama, Lula espera mais atenção à América Latina e fim do bloqueio à Cuba


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou a eleição e Barack Obama como um “feito extraordinário” e disse esperar que o futuro presidente norte-americano sele a paz no Oriente Médio, acabe com o bloqueio econômico a Cuba e dê mais atenção à América Latina e a todos os países pobres.



O democrata se tornou o primeiro presidente negro eleito dos Estados Unidos na madrugada desta quarta-feira (5).Ele precisava de 270 votos no colégio eleitoral para ganhar as eleições presidenciais, uma marca que superou por ampla margem, ao obter ao menos 342 votos, frente a 143 de seu adversário, o republicano John McCain.

Lula lembrou que "ganhar uma eleição" é diferente "de governador os EUA". "Eu acho que a vitória de Obama representa o reconhecimento do significado de quem duvidava que um negro poderia ser eleito nos EUA. E agora sabe que pode."

O presidente brasileiro afirmou que a eleição de Obama só foi possível porque a sociedade se manifestou num regime democrático. "É um feito extraordinário, a eleição de um primeiro negro na história dos EUA. Sobretudo uma pessoa que tem demonstrado a competência política do futuro presidente Obama."

Lula não escondeu que guarda uma série de expectativas positivas em torno da gestão de Obama. "Espero que ele tenha uma relação mais forte com a América Latina, América do Sul e África, e tenha a possibilidade [de selar] um acordo de paz no Oriente Médio, onde faz décadas e décadas que se tenta um acordo e não se consegue", disse.

O presidente brasileiro afirmou também estar confiante que será construída uma "parceria construtiva" com os Estados Unidos nos próximos anos. "Espero que tenha uma política mais voltada para o desenvolvimento produtivo para a América Latina. É preciso que os Estados Unidos continuem uma política mais ativa em relação à América Latina, uma vez que durante toda a década de 60 e 70 você tinha a Guerra Fria, quando os Estados Unidos mantinham uma visão de luta contra guerrilhas na região. Agora mudou, a democracia consolidou-se com a América Latina."

Lula espera que Obama execute uma política com vistas ao "desenvolvimento e investimento nos países mais pobres, ao fim dos subsídios e ao fim do bloqueio a Cuba". Segundo ele, não há razões para manter a política econômica restritiva a Cuba. "Não há nenhuma explicação para isso."

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Esgoto será fonte para produção de biodiesel


A Companhia de Águas e Esgoto do Rio de Janeiro (CEDAE) pretende começar a produção de biodiesel a partir de esgoto, em 2009. A fase piloto do projeto deve ter cerca de US$ 3 milhões para a produção de até 20 mil litros do combustível por mês. O presidente da Cedae, Wagner Victer, informou que, no futuro, para produção em escala comercial será necessário atrair parcerias.


Victer disse ainda que este tipo de biodiesel não compete com a produção de alimentos. Uma das principais críticas ao projeto de biodiesel tem sido a produção a partir de oleagionosas. Ele explicou também que uma vantagem competitiva do biodiesel produzido a partir do esgoto é a proximidade com o mercado consumidor


A usina-piloto será instalada na unidade de tratamento de esgoto Fazenda Alegria, no Caju, Zona Portuária do Rio, e a tecnologia empregada será importada da Alemanha.


A Cedae analisa também a possibilidade de produção de adubo orgânico a partir dos resíduos de tratamento de esgotos no Rio, atualmente despejados em aterros sanitários. A empresa deve enviar especialistas à França, país que detém esse tipo de tecnologia, para analisar as possibilidades de empregar a técnica.


O potencial brasileiro para produção de biodiesel a partir do esgoto chegaria a 1,5 milhão de litros por ano, se 100% do esgoto do país fosse tratado, segundo Victer. No Brasil, a maior parte da produção de biodiesel usa como matéria prima óleo de soja, com algumas outras oleaginosas, como a mamona.



www.sidneyrezende.com

Quem será o próximo???



Depois do jornalista Rodrigo Viana e mais recentemente de Sidney Rezende ser demitido da Rádio CBN, quem será o próximo jornalista que será demitido por não atender as expectativas da mídia golpista e tendenciosa?


O jornalista Sidney Rezende foi demitido da rádio CBN, que pertence às Organizações (?) Globo.
Não conheço Sidney Rezende pessoalmente. Mas, ele era tido por colegas e ouvintes como um jornalista que exercia sua independência, apesar de a CBN também estar sob os tentáculos de Ratzinger - o agente das sombras do jornalismo global, o homem que articula a candidatura Serra.

Os leitores e ouvintes mais atentos percebem, na demissão de Siney, preparativos para a cobertura (?) das eleições 2010. A moto-serra dos tucanos vai passar sobre várias cabeças no jornalismo global.

Na CBN, conheço um outro âncora (não darei nome porque ele me pediu sigilo) que teve a cabeça pedida pelo governador paulista. Serra não gostou de entrevista feita pelo âncora com um economista, questionando a forma como a Prefeitura de São Paulo (que tinha estado sob comando serrista) investia suas sobras de caixa. Esse outr âncra conseguiu preservar a cabeça sobre o pescoço. E segue fazendo bom jornalismo. Até quando?

A operação desencadeada agora (aliás, a demissão de Luiz Carlos Braga, veterano jornalista da Globo em Brasília teria algo a ver com isso?), lembra muito a "operação 2006".

Há dois anos, às vésperas da eleição presidencial, a Globo livrou-se do comentarista Franklin Martins (ele conta os bastidores completos, numa bela entrevista à revista "Caros Amigos" - procure o texto no site da revista) porque este não fechava com a linha oficial da emissora de "sentar a pancada" em Lula, e dar aquela "mãozinha" pros tucanos. Depois, foram limados também jornalistas que se indispuseram com a emissora, durante a cobertura da eleição (entre eles, inclui-se o responsável por este quase-blog, além de Luiz Carlos Azenha, Carlos Dornelles e o editor de política Marco Aurélio Mello).

Sobre a saída de Sidney Rezende, veja o que diz o leitor Stanley Burburinho, em comentário postado no blog do próprio Sidney:

"As Organizações Globo estão demitindo todos os jornalistas moderados, isentos. Será um tiro no pé se a Lucia Hippolito assumir o lugar do Sidney. Primeiro porque ela é de São Paulo, agora mora no Rio e sempre morou na zona sul e não conhece o subúrbio, zona norte, oeste, etc. ao contrário do Sidney que morou em Bangú. Segundo porque todos sabem que as opiniões dela não são isentas, sempre com viés partidário tucano. Sempre pequei pesado com o Sidney, mas com respeito por saber da imparcialidade dele e ele sempre me respondeu educadamente. No dia do debate entre o Gabeira e o Paes, percebi que havia alguma coisa estranha no ar. A D. Hippolito ficava o tempo todo de cabeça baixa, não encarava o Sidney e não gostou nada do Gabeira desconhecer por completo a Multi-Rio. Com as demissões do Sidney e da Roxane Ré, outra moderada, está parecendo que a Mariza Tavares, apesar de ser acionista da CBN, trabalha para a concorrência. Graças a Deus que as Organizações Globo estão em franca derrocada depois que resolveu escancarar de que lado estão no espectro ideológico. Sidney, não esquente. Afinal, você é/foi professor da PUC-Rio e os seus três patrões, sempre tiveram condições para estudar, mas nenhum deles têm curso superior. Nunca fizeram nada na vida. Sou chato, mas justo."
Stanley Burburinho

Charge

Lula: Manter obras do PAC mesmo com crise financeira é uma “questão de honra”


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se disse satisfeito com o desempenho do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que teve divulgado o quinto balanço na semana passada. Em seu programa semanal Café com o Presidente, nesta segunda-feira(3), ele considerou “uma questão de honra” manter as obras em andamento mesmo com a crise financeira internacional.

“É motivo de muita alegria saber que conseguimos fazer com que o PAC se transformasse em uma coisa importante para o desenvolvimento brasileiro e, mais importante ainda, saber que o governo mantém o controle das ações. A política de acompanhamento coordenada pela ministra Dilma Rousseff [da Casa Civil], junto com os governos estaduais, com as prefeituras e com os ministros de cada área tem demonstrado que essa é a forma mais correta de fazer com que as políticas públicas do governo brasileiro possam ser executadas”, disse o presidente.

De acordo com Lula, 2009 deve ser um ano “infinitamente melhor” diante do número de obras do PAC a serem inauguradas. Ele reforçou que, em 2010, grande parte das obras anunciadas pelo governo estarão concluídas.

“Obviamente que muita gente entendia que, por conta da crise financeira internacional, o PAC iria ter uma diminuição nos investimentos, no comprometimento das verbas do governo federal. Isso não vai acontecer. Acreditamos que uma das formas de enfrentar a crise financeira é fortalecer as obras de infra-estrutura e fortalecer o mercado interno”.

Agência Brasil

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

A elite quer "corte de gastos"

Os empresários seguem a risca o ditado de ''quem não chora não mama''. Diante da grave crise da economia capitalista, eles querem jogar seu ônus sobre as costas da sociedade, em especial dos trabalhadores. Durante o ciclo de bonança, abocanharam os lucros sozinhos. Agora, em tempos ruins, querem dividir os prejuízos ou, se puderem, aumentarem ainda mais seus lucros.

A caradura dos capitalistas, maiores responsáveis pela atual crise - com seus dogmas neoliberais do ''estado mínimo'' e da total desregulamentaçã

o financeira - é impressionante. Eles afundaram a economia e querem que os trabalhadores paguem o pato.

Nas últimas semanas, a mídia hegemônica alardeia a proposta do ''corte dos gastos públicos''. Os empresários são beneficiados com novas linhas de crédito e redução do compulsório que os bancos são obrigados a depositar no Banco Central, medidas que já injetaram bilhões nas empresas. Mas a burguesia exige mais: quer arrochar os servidores públicos, abortar a valorização do salário do mínimo, penalizar a Previdência e reduzir os ''gastos sociais'' do governo. Segundo Jorge Gerdau, o barão da siderurgia, este gastos ''são inúteis'', que deviam ser cortados para ''garantir mais crédito aos investimentos e às empresas''.

A proposta do ''corte dos gastos'' evidencia a ganância destrutiva dos capitalistas. Os adoradores do ''deus-mercado'', partidários da ''mão invisível (e cruel) do mercado'', não enxergam que a redução dos investimentos públicos - seja na Previdência, no salário mínimo ou no programa Bolsa Família - restringirá ainda mais o consumo da sociedade, com impacto negativo na produção e, de quebra, no emprego e renda. Um círculo vicioso, satânico, que dificultaria ainda mais a saída da atual crise econômica. Serviria apenas aos especuladores, os culpados pela crise.

A cegueira dos empresários, difundida pela mídia burguesa, é tamanha que eles não ouvem sequer os conselhos de renomados economistas e nem observam os movimentos inversos realizados até por outras nações capitalistas. Até nos EUA, pátria da desregulamentação, o governo apresentou pacote estimulando o consumo da sociedade e elevando os gastos públicos. Para o jornalista Paul Krugman, ganhador do Premio Nobel de Economia, ''no momento, aumentar os gastos públicos é a decisão acertada a ser tomada pelo governo dos EUA. Do contrário, a recessão será mais cruel e longa''.

Charge

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Lula inicia visita a Cuba para tratar de acordos bilaterais


Ele discute também ajuda ao país devido a danos causados por furacões. Lula se reúne ainda nesta quinta-feira com presidente Raúl Castro.


O presidente Luiz Inácio Lula iniciou às 20h30 (horário de Brasília) desta quinta-feira (30) sua visita oficial a Cuba. Durante as menos de 24 horas que passará no país, Lula se reúne com o presidente Raúl Castro, trata de questões bilaterais, inaugura o centro de negócios da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e assina um acordo entre a Petrobras e a Cuba Petróleo para inspeção na costa cubana.

Ainda nesta quinta-feira o presidente participa de uma reunião privada com Raúl Castro para discutir pontos da agenda entre os dois países, como a ajuda humanitária que o Brasil tem oferecido à ilha depois da passagem dos furacões Ike e Gustav.

O Brasil já enviou aviões com medicamentos e alimentos para os cubanos em setembro e nos próximos dias deve enviar mais um navio com mantimentos para socorrer as vítimas dos furacões.

Durante o encontro, Lula também oficializará o convite para que Castro visite o Brasil ainda neste ano. A expectativa é que o presidente cubano visite o Brasil durante a realização da Cúpula dos Países da América do Sul e do Caribe, que será realizada entre os dias 15 e 17 de dezembro, em Salvador (BA).

Caso seja confirmada, essa seria a primeira visita ao exterior de Raúl Castro desde que assumiu o comando do país no lugar de Fidel Castro, seu irmão, que enfrenta problemas de saúde.

Depois da reunião de trabalho, Lula participa de jantar oferecido pelo presidente cubano no Palácio de Convenções. Nesta sexta-feira (31), às 11h30, Lula assina acordo entre as petrolíferas Petrobras e Cuba Petróleo.

Na seqüência, o presidente inaugura o centro de negócios da Apex-Brasil. Esse será o quinto escritório da agência no exterior (os outros estão em Dubai, Varsóvia, Miami e Pequim). Esses escritórios servem para dar apoio aos exportadores brasileiros e para prospectar negócios de interesse das empresas do Brasil.

Neste ano, as exportações do Brasil para Cuba subiram cerca de 70%, passando de US$ 32 milhões para US$ 53 milhões.

Às 13h30, Lula se reúne com o departamento nacional de defesa civil cubano para conhecer os detalhes do relatório sobre os danos causados pelos furacões Ike e Gustav. Nessa reunião, o presidente deve discutir com membros do governo de Cuba quais providências o Brasil ainda pode tomar para ajudar a ilha de Fidel Castro.

Depois dessas reuniões, há a expectativa de que Lula se encontre com Fidel Castro. O encontro, porém, ainda não está confirmado.


Essas notícias não são veinculadas com tanto ênfase como foram com o katrina e outros furacões nos EUA. Será que a vida lá vale mais do que em Cuba? Lula demonstra que é parceiro de Cuba, vêm ajudando nossos "hermanos". Sem dúvida Lula pois nosso país como um líder nas Américas e respeitado no mundo todo.

João Paulo Lamberg Mello.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Balanço Geral

Total de votos no Brasil neste segundo turno de 2008, por partido


36,10% e 13,87%. Este foi o crescimento absoluto no número de prefeituras registrado pelo PT e PMDB, respectivamente, nas eleições municipais de 2008.

Há quatro anos, o PT administrava 410 municípios. Agora, comandará 558 prefeituras. A base aliada do presidente Lula, que reúne 16 partidos (PT, PMDB, PSB, PDT, PC do B, PRB, PR, PP, PTB, PV, PSC, PMN, PHS, PT do B, PTC e PRTB) governará 93,5 milhões de eleitores em todo o país – tem em mãos o comando de 20 das 26 capitais brasileiras.

O PMDB foi um dos protagonistas, no Rio de Janeiro, da disputa mais acirrada no País. O candidato Eduardo Paes disputou voto a voto com Fernando Gabeira (PV) e saiu vitorioso, com 50,83% contra 49,17% de Gabeira. O PMDB administrará 1.207 cidades, ante as 1.060 de 2004.

O DEM e o PSDB foram os partidos que mais perderam o comando municipal. O PSDB elegeu 788 candidatos. Em 2004, o número era 870.

A queda do DEM foi de 36,90% – apesar da conquista da administração de 501 cidades em 2008, há quatro anos comandou 794. A despeito do fraco desempenho nas principais metrópoles, o ex-PFL obteve êxito em São Paulo: Gilberto Kassab venceu Marta Suplicy (PT) por 61% a 39%.

O PSB de Marcio Lacerda (prefeito eleito em BH com 59% dos votos válidos) terá em 2009 três cidades.

No Rio

Dos 4.000.000 de eleitores mais de 900.000 não votaram. Esse número foi maior na Zona Sul, justamente onde se concentrava o maior eleitorado de Gabeira, que culpou o feriado Estadual pelo
alto índice de abstinência.

Sorte de Paes que acabou se elegendo com uma pequena diferença percentual de aproximadamente 1,5 %.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Crise financeira e fracasso do Capitalismo

Adital -

Tradução: ADITAL

"As crises financeiras sucedem-se periodicamente no sistema capitalista e as mesmas acarretam benefícios para alguns e maior miséria para a grande maioria. Nesse sentido, são funcionais ao sistema e por isso dizemos que o sistema capitalista é um sistema perverso, além de explorador, marginalizador e depredador."

"Fala-se de crise financeira quando acontece uma contração ou encarecimento do crédito, o que atinge a produção material e, portanto, o emprego e o bem estar social. Por isso é que as crises financeiras são acompanhadas de recessão econômica. As crises, a recessão ou o estancamento da economia sempre significam um fracasso para os trabalhadores; porém, a diferença dessa crise é que começa a ser um fracasso para a maioria dos empresários. "


"As crises financeiras se derivam do pecado do capitalismo: em uma economia capitalista, o crescimento exponencial da produção da riqueza é acompanhado por um progressivo empobrecimento dos trabalhadores e da população em geral. A férrea competição que se impõe no mercado capitalista globalizado tende a despojar as pessoas e os países mais débeis; da mesma forma, tende a descapitalizar os produtores, inclusive os grandes empresários nacionais, enquanto que as grandes corporações, particularmente as corporações financeiras, se forram de dinheiro e concentram cada vez mais a riqueza em poucas mãos. Porém, o assunto não se limita ou termina com uma indicação de imoralidade, assimetrias comerciais ou injustiças sociais."

[Publicado em El 19 - • Año 1 - Edición No. 7 • Del 2 al 8 de octubre de 2008 •1 - www.el19digital.com]


Orlando Núñez Soto

* Sociólogo e diretor do Centro para la Promoción, la Investigación y el Desarrollo Rural y Social (CIPRES)


Neoliberalismo Volver?

Selvino Heck *

Adital -
Escrevo no dia em que assassinaram Che na Bolívia e lembro de uma análise de conjuntura no início de 1995 no CAMP (Centro de Assessoria Multiprofissional), ONG de Porto Alegre, quando disse e escrevi que o governo FHC, então no seu início, faria uma modernização conservadora no Brasil. Foi o que aconteceu, em tempos em que a proposta neoliberal conquistara corações e mentes no mundo inteiro, apresentando-se como alternativa ao socialismo real, que ruíra anos antes, e prometendo o paraíso.

2008, menos de 15 anos depois, a ‘modernização conservadora’ mostra toda sua inconsistência e até perversidade. O Estado mínimo foi para o espaço, os valores neoliberais da competição deram no que deram, o livre mercado se escafedeu e a busca desenfreada do lucro e do enriquecimento deixa amargas lembranças.


Abro os jornais e leio "Fim de linha: estatização em massa" (Vinícius Torres Freire, FSP, 07.10.08, B4): "A solução estatizante terminal foi apresentada da maneira mais simples e direta num editorial de hoje do diário financeiro britânico ‘Financial Times’, mas está por toda parte: 1) os governos devem obrigar os credores a transformar os créditos que têm a receber dos bancos em participação no capital dessas instituições financeiras; 2) governos têm de comprar bancos alquebrados que ainda podem ser salvos".

Todos os que criticávamos nos anos noventa o neoliberalismo selvagem deveríamos estar agora batendo palmas, felizes e alegres. Mas não necessariamente é assim. Primeiro, porque como sempre em toda crise quem mais sofre são os mais pobres e os trabalhadores. Os empregos rareiam, a renda e o salário caem, os serviços públicos perdem qualidade. Segundo, porque os países e povos sul-americanos que reagiram quase em bloco à insanidade do mercado livre e da opulência sem limites, com a eleição de governantes à esquerda, poderão sofrer os reflexos da crise provocada pelos poderosos do Norte, embora sobre ela não tenham nenhuma responsabilidade e pouca ingerência nos seus rumos.

A crise parece profunda e com reflexos globais, na medida em que a globalização financeira envolve todos os setores econômicos de todo mundo. Ninguém está inteiramente imune a ela. Mas ela pode também levar a reflexões e a mudanças, absolutamente necessárias e urgentes.

O sistema de poder mundial está velho e estagnado faz tempo. Novas forças emergem, como a China, a Índia, o Brasil, a Rússia, o chamado BRIC, mais a África do Sul, as Coréias e o conjunto da América Latina. Em tempos de crise, o império perde poder e/ou precisa reparti-lo, seja nas instituições multilaterais como o Conselho de Segurança da ONU, o FMI e suas regras, a OMC, a ampliação do G-7, seja nas relações econômicas e comerciais. Abre-se espaço para um novo equilíbrio e um novo desenho do poder mundial, o que não deixa de ser auspicioso. "Segundo acadêmicos e especialistas, questões como meio ambiente, crises sociais, diferenças culturais, entre outras, desenharão um novo quadro político, marcado, sobretudo, pela deterioração da supremacia dos Estados Unidos como última potência mundial. Essas transformações abrem novas perspectivas, mas também trazem outros riscos" (O Sul, Caderno Reportagem, 07.10.08).

Os valores capitalistas neoliberais também estão sendo questionados, até pelo papa. Segundo Bento 16, a crise mostra a futilidade do êxito e do dinheiro e que muitos fazem suas construções ‘sobre areia’: "Agora, estamos vendo, com o afundamento dos grandes bancos, que esse dinheiro desaparece, que não é nada; trata-se de realidades de segunda ordem." Surge, pois, a oportunidade de colocar em xeque valores que vêm sendo inculcados no conjunto da sociedade, especialmente nas crianças e na juventude, de que o capitalismo é a única possibilidade, de que o que vale é dinheiro no bolso, que a regra básica é competir para vencer, de que governos só atrapalham. É momento de mostrar a necessidade urgente da construção de uma nova ordem econômica e social, o que chamávamos nos anos oitenta ‘nova sociedade’; que os valores da justiça social, da igualdade, da solidariedade, da partilha, da ética na política ainda têm sentido e que na verdade são eles que podem salvar o mundo e a humanidade.

Há um longo caminho a percorrer. Os ciclos históricos nunca são curtos e as oportunidades históricas de mudança não costumam ser muitas e em geral não são escolhidas. Elas acontecem. Se o neoliberalismo fracassou na vida e na prática, podemos construir um tempo novo, reafirmando o papel do Estado, requalificando a democracia e, principalmente, recolocando o homem, a mulher, o respeito à natureza e ao meio ambiente no centro da vida e do futuro.


* Assessor Especial do President

adital.org.br

Crise: Oportunidade

Selvino Heck *

Adital -
Oportunidades históricas não aparecem todos os dias. A crise econômico-financeira que está acontecendo no mundo parece ser uma e não pode ser perdida. Diz-se sempre que toda crise abre espaços para o novo e o diferente, para a ruptura, para a mudança. Fora da crise, as instituições são sólidas, não é permitido o questionamento de sua modelagem, muito menos de seu conteúdo. Mas quando se instala a crise, seja no plano social, seja no plano estrutural, seja no plano privado e pessoal, tudo é colocado em xeque, pergunta-se sobre tudo, formulam-se opiniões, constroem-se consensos antes impossíveis, age-se de forma inesperada e imprevisível.

Não se sabe ainda a extensão da atual crise, sua profundidade, quanto tempo durará. Segundo Paul Krugman, que acabou de receber o Prêmio Nobel de Economia, "a economia real continuará sofrendo". Por sua vez, o ‘pai’ do Consenso de Washington, John Williamson, que deu base ao neoliberalismo, diz: "O que estamos vendo são as conseqüências do modo como os Estados Unidos vem se comportando há vários anos. A recessão nos EUA é inevitável. O que não sabemos ainda se será uma forte e rápida recessão ou alguma coisa bem mais prolongada".


Já o grande intelectual de esquerda, Noam Chomsky, diz: "Eu não vejo nenhuma indicação de que as instituições básicas do capitalismo estejam prestes a serem significativamente modificadas. Vivemos numa cultura altamente ideológica na qual ‘estatização’ é uma palavra que põe medo, como ‘socialismo’. Perguntado sobre qual tipo de capitalismo vai emergir da atual crise, Chomsky responde: "O capitalismo de Estado será provavelmente muito parecido ao atual, com um pouco mais de regulação e controle sobre as instituições financeiras,que serão reconstruídas com os bancos de investimento. Não há, pelo menos agora, indicações de mudanças dramáticas".

É do que se fala todos os dias, páginas e páginas de jornais, noticiários de televisão, até o povo na rua já se pergunta sobre a tal crise, quais as possíveis conseqüências sobre sua vida, seu emprego, seu salário. No meio do turbilhão, as opiniões são muitas e variadas, à luz do vetor ideológico de cada um e dos eventuais interesses em jogo.

A Comissão Nacional da Rede TALHER de Educação Cidadã, reunida no último fim de semana na Chácara do CIMI em Luziânia, fez uma análise de conjuntura, tendo por ponto de partida e centro a ótica dos movimentos sociais, dos governos de esquerda, no objetivo de uma mudança estrutural e popular. Pelo menos três constatações foram unânimes. A primeira: o capitalismo não está em fase terminal. O que está em crise é um determinado tipo de capitalismo, o neoliberal, implantado a ferro e fogo nas últimas décadas, a partir de Margareth Thatcher na Inglaterra, Ronald Reagan nos Estados Unidos e da ditadura chilena de Pinochet, experiências depois assumidas e seguidas em todo mundo, inclusive no Brasil, com Collor e FHC. Segunda: a hegemonia e o poderio americanos (como da Europa e do Japão) estão enfraquecendo. Os países dominantes do último século ou perderão liderança ou ao menos serão obrigados a reparti-la com os BRICS - Brasil, Rússia, Índia, China. Terceira: os valores neoliberais estão em questionamento. Não se realizaram, não trouxeram a felicidade prometida, não resolveram os problemas do mundo e da humanidade.

A partir destas constatações, os educadores da equipe nacional do TALHER e os representantes (dois) de cada uma das cinco macro-regiões brasileiras concluíram que esta talvez seja uma oportunidade a não ser desperdiçada. Nos anos oitenta, os ventos da mudança sopraram no Brasil. Organizaram-se movimentos sociais em nível nacional, partidos de esquerda, foram construídos governos populares. A luta de massas estava em ascensão. Nos anos noventa, ao contrário, o descenso marcou as lutas e as organizações sociais de esquerda. Divisões, fragmentação, perda do referencial utópico foram as marcas principais. Nos anos dois mil, houve avanços e houve retrocessos. O novo surgiu na recusa popular aos modelos neoliberais, através da eleição de governos de esquerda e centro-esquerda na América do Sul, ainda que as lutas de massa muitas vezes não fossem as principais propulsoras das vitórias.

Agora, pode estar-se abrindo novo período. O projeto de sociedade pregado à exaustão, baseado no livre mercado, na competição, no Estado mínimo, nas políticas sociais compensatórias, desmoronou. O projeto de desenvolvimento que se lixava para a natureza, o meio ambiente e a distribuição de renda está-se esvaindo por entre os dedos. É momento de recolocar na cena política e no debate social qual sociedade se quer, sob que valores deve ser construída, com que fundamentos econômico-sociais. Assim como é hora de pensar e repensar qual desenvolvimento é o desejável, como nele incluir todas e todos, como preservar o meio ambiente e a natureza, o que significa uma vida saudável, o que é qualidade de vida.

A Rede TALHER de Educação Cidadã (assim como o Projeto Escolas-Irmãs) propõe-se a contribuir nesta reflexão. Todos os setores preocupados com o futuro estão convocados. É preciso realizar seminários, retomar processos de formação permanentes, animar todo e qualquer debate, diálogo, troca de idéias, escrever e divulgar experiências, é preciso organizar as lutas do povo pobre e trabalhador. Não é hora de desanimar. Quando as contradições emergem e se tornam visíveis, é hora de desmascará-las, colocá-las a nu, dialeticamente revolvê-las, para que na síntese surja o novo, a esperança, em forma de justiça social, de solidariedade, de garantia dos direitos, de democracia, de partilha.


* Assessor Especial do President

adital.org.br

Discurso de Lula na Carta Capital




Fala do presidente da República, senhor Luiz Inácio Lula da Silva, em evento recente na revista Carta Capital.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Enquanto isso em São Paulo...

Como deve ser tratado o jornalismo falso, tendencioso e sem compromisso com o povo





Vejam e divirtam-se!

A verdadeira capa de Veja

Lula defende o fortalecimento do Estado no sistema financeiro



Isso aí! Quando o Mercado financeiro se viu com problemas, voltou-se para o Estado. Agora estão aprendendo que o Estado deve ter uma maior influência e um maior controle sobre o mercado.


Isso aí! Quando o Mercado financeiro se viu com problemas, voltou-se para o Estado. Agora estão aprendendo que o Estado deve ter uma maior influência e um maior controle sobre o mercado.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Mídia Política - Diga NÃO aos meios de comunicação compromissados



Os meios de comunicação deveriam ser veículos de informação tão somente. Quando muito a emissão de uma ou outra opinião sem cunho moral ou religioso, muito menos partidarizado.

Articulistas e comentárista sempre tiveram e continuarão a ter seus espaços nestes veículos.

Mas quando você compra um jornal, revista ou sintoniza em uma canal de TV onde praticamente tudo é partidarizado, então você não tem informação. O que você tem é uma visão distorcida da verdade.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

CAPITALISMO EM CRISE

"Demorei algum tempo - talvez tempo demais - para perceber as dimensões do perigo. É hora de um resgate abrangente"

(Martin Wolf, editor de economia do The Financial Times,oráculo do neoliberalismo, pede que o Estado compre o mercado. Todo o mercado)

A DIREITA DEITA E ROLA NO RIO: Paes e Gabeira representam interesses conservadores

A esquerda ficou fora do segundo turno no Rio de Janeiro, enquanto dois candidatos de grandes esquemas políticos conservadores decidem a eleição. Eduardo Paes, hoje na banda mais conservadora do PMDB, em coligação com PP e PTB; e Fernando Gabeira, filiado ao PV, mas representante de fato do PSDB, e apoiado pelo PPS, partidos da oposição de direita ao governo Lula.

Foi uma derrota anunciada. Quando a esquerda carioca se dividiu em cinco candidatos no primeiro turno da eleição da prefeitura: Jandira Feghali, do PC do B, coligado ao PSB; Alexandre Molon, do PT; Chico Alencar, do PSOL, numa aliança com o PSTU; Paulo Ramos, do PDT; e Eduardo Serra, do minúsculo PCB; subestimava os 16 anos de domínio da direita no Rio.

Privilegiaram-se interesses partidários e meramente parlamentares em detrimento da unidade democrática e popular.

A conta chegou rápida e bem amarga: a esquerda ficou fora do segundo turno enquanto dois candidatos de grandes esquemas políticos conservadores decidem a eleição. Eduardo Paes, hoje na banda mais conservadora do PMDB, em coligação com PP e PTB; e Fernando Gabeira, filiado ao PV, mas representante de fato do PSDB, e apoiado pelo PPS, partidos da oposição de direita ao governo Lula. Some-se a Gabeira, no segundo turno, o apoio do desgastado prefeito César Maia, do DEM, que apresentou candidata própria na primeira volta eleitoral.

Paes, o defensor de milícias
O melhor colocado na fase inicial da eleição, Eduardo Paes, com cerca de 32% dos votos válidos, é uma cria política do prefeito César Maia. Iniciou sua vida pública como subprefeito da região da Barra da Tijuca, com atuação benéfica à especulação imobiliária e oposta às comunidades pobres da área.

Hoje Maia e ele se detestam, o que não impediu que diversos vereadores ligados ao DEM já o apoiassem desde o primeiro turno. Os partidos não contam para Paes. Em dezesseis anos de vida pública, já trocou de siglas seis vezes, passou pelo PV, PFL, PSDB, PTB e agora está no PMDB. Considera os partidos um detalhe, a ponto de no seu “site” de campanha não haver sequer menção ao PMDB, mas apenas ao número 15, só porque imprescindível ao voto do eleitor.

É o candidato da despolitização, tudo se resume à gerência de demandas locais, atendidas de maneira clientelista. Apresenta-se numa embalagem ao gosto conservador, em que sisudez se confunde com “seriedade” e gestão pública com administração empresarial.

Mas Paes não se resume à aparência de bom-moço inodoro. Em entrevista ao RJ-TV, da Rede Globo, defendeu a ação de milícias, isto é, de grupos de extermínio: “como forma do Estado recuperar sua soberania, a polícia mineira trouxe tranqüilidade para a população”, disse enfático.

Na questão da segurança, Paes tem, portanto, identidade com o governador Sérgio Cabral, seu atual mentor e cabo eleitoral, promotor da criminalização da pobreza. É a política do “caveirão”, veículo policial blindado semelhante ao usado pelo “apartheid” na África do Sul. Estudo divulgado em setembro pela ONU aponta a polícia do Rio como a que mais mata no mundo, adepta da violência indiscriminada contra a população carente.

Apesar de defender execuções sumárias, Paes recebeu apoio oficioso e eficiente da hierarquia da Igreja Católica contra o senador Crivella, do PRB, coligado ao PR (ex-PL), mas de fato candidato de uma organização religiosa, a Igreja Universal, que chegou em terceiro, com aproximadamente 19% dos votos válidos. Na campanha do candidato de Cabral participam também grupos obscurantistas da Igreja Católica, como o Opus Christi.

O vice de Paes é um ex-militante de esquerda, com passagem pela luta armada, Carlos Alberto Muniz, há muito representante do ex-governador Moreira Franco no PMDB.

Gabeira, a fachada do PSDB
Existe uma onda Gabeira no Rio, que o levou ao segundo turno, com cerca de 25,6% dos votos válidos, e agora já o aponta na liderança das pesquisas. Quais as razões dessa onda?

Sem dúvida se deve a fatores diversos, mas joga papel principal a identificação de Gabeira como candidato contra os políticos. Imagem criada na sua maior parte pelo bate-boca entre ele e o então presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcante (PP-PE), difundida à exaustão pela Rede Globo, com inserções diárias no Jornal Nacional.

A cobertura generosa dada a Gabeira pela Globo fala por si só. Enquanto parlamentares com posições mais democráticas e vínculos populares são sistematicamente ignorados, a emissora – e, por extensão, a quase totalidade da mídia, de natureza conservadora - vende a idéia de que todos os políticos não prestam. À exceção, claro, de políticos salvadores da pátria, apresentados como não-políticos, a exemplo de Collor, “o caçador de marajás”, bordão veiculado de modo intenso.

O episódio Severino Cavalcante cumpriu função semelhante para Gabeira. Na sua propaganda eleitoral, ele reforçou o mote de apresentar-se contra os políticos, logo honesto. Soa como música aos ouvidos de um eleitorado em que se martela o tempo todo a mesma idéia pelos meios de comunicação.

O complexo de mídia Globo (integrado também na própria capital fluminense por televisão, rádios e jornais) se revelou igualmente importante na passagem do candidato ao segundo turno. Empenhou-se em fortalecer a tendência de que, para impedir o pastor Crivella, da Igreja Universal, dono de eleitorado grande e cativo, mas campeão de índices de rejeição, Gabeira seria a opção. Ele faz por merecer tanto apoio da Globo e de amplos setores de direita.

Posições políticas conservadoras
Já se alinha a posições políticas conservadoras há bastante tempo. Votou pelo fim do monopólio estatal do petróleo. Não à toa um dos dirigentes da sua campanha é David Zilberstein, ex-genro de FHC, e ex-Diretor-Geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP). Quando no cargo, Zilberstein convocou executivos das multinacionais. Ao terminar seu discurso no encontro, fez questão de provocar o povo brasileiro, dirigiu-se aos executivos e proclamou: “O petróleo é vosso!”.

Gabeira apóia privatizações com freqüência. Votou também a favor da contra-reforma da Previdência, que retirou direitos dos trabalhadores. Considera um modelo a gestão tucana de Aécio Neves em Minas. A permanente e exacerbada oposicionista de direita Lúcia Hipólito vai ao delírio, qualifica Gabeira de “a face mais avançada da esquerda mundial”. E Veja, o panfleto de direita em forma de revista semanal, o chama “um guerrilheiro da lucidez, a materialização das utopias”.

O teor dos disparatados elogios é reproduzido orgulhosamente no “site” de campanha.

Como se vê, a conversão na prática de Gabeira aos tucanos não é episódica, casual, sintetiza na verdade o alinhamento com o conservadorismo político, escamoteado pelas posições dele sobre comportamento e toda a ação da mídia por trás de sua candidatura.

Rede Globo impede debates no primeiro turno
No Rio, segunda cidade brasileira, a Globo, de maneira inédita, com desculpas fabricadas, impediu a realização de debates televisivos entre os candidatos no primeiro turno. Sem dúvida ato contra o esclarecimento da população, de influência no resultado das urnas. Comparável em termos de golpe, numa escala menor, à tentativa de fraude da Proconsult, patrocinada pela mesma Globo na eleição de Brizola, em 1982.

A ausência de debates se repetiu em outras nove grandes cidades do país, inclusive a maior delas, São Paulo, e outras três capitais. Dá o que pensar: a Globo é uma concessão pública do governo ou é o contrário, o governo é que é uma concessão da Globo?

A inexistência de debate no Rio só favoreceu ainda mais a despolitização da eleição e o reforço do sentimento de que Gabeira é o cara (para usar a gíria carioca) contra os políticos. Ele é o candidato da coligação PV-PSDB-PPS. Está no PV, mas já foi do PT, ficou sem partido e pulou de novo para o PV.

Um PV aliado da direita
Além de simpática, a causa ecológica é imprescindível. Mas o PV, no Brasil, tem estranhas características. Em geral, no resto do mundo, os verdes se unem à esquerda, aqui as alianças preferenciais ocorrem com a direita conservadora.

O verde Syrkis participou do secretariado de César Maia e foi um dos seus defensores mais ardorosos. Agora em Natal, Agripino Maia (aquele senador do DEM que acusou a ministra Dilma de não falar a verdade sob tortura) acaba de ganhar a eleição para a prefeitura com a fachada de uma fantoche "verde", a Mi Carla. Agripino Maia é a cara escarrada do DEM (nome de fantasia do velho PFL), o coronelismo mais retrógrado do Nordeste.

O deputado federal Chico Alencar , do PSOL, também candidato no primeiro turno à prefeitura carioca, observa de maneira irônica: “Não há como negar que a candidatura Gabeira é ecológica. Salvou os tucanos do Rio da extinção”.

Os outros dois partidos da coligação de Gabeira, PSDB e PPS, fazem parte da oposição de direita ao governo Lula, agora unidos a César Maia e ao DEM no segundo turno. Numa tentativa de minimizar as críticas às suas atuais posições políticas, agradáveis aos conservadores, voltou a falar de seu remoto, antes negado, perdido no túnel do tempo, passado de esquerda, de participação no seqüestro do embaixador americano.

Na primeira página, O Globo chegou a mostrar foto dos 15 presos políticos libertados no seqüestro, destacar a figura de Vladimir Palmeira, e apontar sua “ingratidão” a Gabeira: como atual dirigente do PT, Vladimir recomendou apoio a Paes no segundo turno. Quem diria... O Globo, sempre empenhado em defender a ditadura, caluniar revolucionários, apresentar o seqüestro sob ângulo positivo.

Milionária campanha tucana
A campanha milionária de Gabeira em nada fica a dever à campanha de Paes. Bancada pelos tucanos, empreiteiras e bancos, tem nada menos que o especulador Armínio Fraga -recordista da elevação da taxa de juros quando ex-presidente do Banco Central no governo FHC - como seu garoto-propaganda no horário eleitoral. O ex-governador Marcello Alencar, do PSDB, rei das privatizações no Estado do Rio – feitas em parceria com o ex-presidente da Assembléia Legislativa, o atual governador Sérgio Cabral - indicou o seu ex-vice, Luiz Paulo, também tucano, para vice de Gabeira.

A oposição de direita ao governo Lula aposta suas fichas em Kassab, em São Paulo, e em Gabeira, no Rio. O senador pernambucano Sérgio Guerra, presidente nacional do PSDB, espera infligir grandes derrotas ao governo Lula com vitórias eleitorais nas duas maiores cidades do país.

* Antônio Augusto é jornalista


cartamaior.com.br