terça-feira, 5 de agosto de 2008

Redução da Pobreza


Classe média chega a 52% da população, aponta pesquisa da FGV


Para fundação, família de classe média tem renda mensal entre R$ 1.064 e R$ 4.591. Número de brasileiros nesta categoria cresceu de 42% para 52% entre 2004 e 2008.

Pesquisa divulgada nesta terça-feira (5) pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) aponta o crescimento da classe média brasileira nos últimos dez anos. Essa categoria - que, segundo a FGV, inclui famílias com renda entre R$ 1.064 e R$ 4.591 e é denominada como "classe C" - reuniu 51,89% da população em 2008, dez pontos percentuais a mais do que os 42,26% registrados em 2004.

Dentro do cálculo da FGV, em igual período, houve aumento de 4 pontos percentuais dos brasileiros de "classe alta", com as famílias que ganham mais de R$ 4.591 - entre 2004 e 2008, este contingente cresceu de 11,61% para 15,52% da população. Já os brasileiros classificados como "classe baixa", com famílias que ganham menos de R$ 1.064, caiu de 46,13% para 32,59% da população brasileira.

A Fundação compilou dados do Ministério do Trabalho e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que mostram a redução da pobreza em 13,5 pontos percentuais entre 2002 e 2008 em seis regiões metropolitanas (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife e Salvador).De acordo com o economista Marcelo Neri, que apresentou o estudo, a redução da pobreza se intensificou depois de 2004, embora a redução da desigualdade de renda no país já pudesse ser percebida antes disso.

Trabalho

Neri ressaltou que a redução da pobreza e o crescimento da classe média são reflexo direto do aumento do emprego com carteira assinada - neste ano, a criação de empregos bateu recorde no semestre, segundo o Ministério do Trabalho. Agora, diz o economista, o novo desafio para o Brasil é o iminente "apagão de mão-de-obra", ou seja, a falta de trabalhadores qualificados para os empregos que estão sendo criados.

"Mesmo com a crise externa, o Brasil vive um momento fantástico. A classe média vai bem apesar da situação perigosa do cenário mundial. Há uma diminuição da desigualdade e um crescimento da classe média, que esteve estagnada nos últimos 20 anos", ressaltou Neri, durante a divulgação da pesquisa, ressaltando que a classe média é "o motor do crescimento e da prosperidade das sociedades".

Para o economista, o ponto fraco no crescimento sustentável da classe média - que passou a ganhar mais e a consumir artigos que podem produzir renda, como computadores - está na educação. Ele afirma que embora o governo tenha investido no setor, a qualidade do ensino no Brasil ainda deixa a desejar.

"Saímo da crise do desemprego da década de 90 para o apagão da mão-de-obra. Os empresários estão investindo em emprego formal, com carteira assinada, que é o grande símbolo desse crescimento da classe média. Mas faltam pessoas qualificadas. É preciso investir na qualidade e na quantidade na questão da educação", disse Neri.



Globo.com

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