quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

PIB do 3º trimestre surpreende e cresce 6,8%

O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 6,8% no terceiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. Na comparação com o segundo trimestre, a expansão foi de 1,8%. No intervalo de 12 meses entre outubro de 2007 e setembro deste ano, o PIB cresceu 6,3%. Os números foram divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta terça-feira (9).



O desempenho da economia brasileira surpreendeu muitos analistas. A expectativa era de uma alta em torno de 6% na comparação com o terceiro trimestre do ano passado e pouco mais de 1% em relação ao período de julho a setembro deste ano.

Entre os setores da economia, o destaque foi a indústria, que verificou um crescimento de 7,1% sobre o terceiro trimestre do ano passado. A atividade agropecuária expandiu-se 6,4%, e os serviços, 5,9%.

A construção civil continuou sendo o destaque do setor industrial, com crescimento de 11,7%. A produção de petróleo e gás aumentou 6,2%; a de minério de ferro, 10,6%.

Na área agrícola, destacam-se o trigo, o café e a cana-de-açúcar, produtos que têm safra relevante no terceiro trimestre. Entre os serviços, os destaques foram informações (expansão de 10%), comércio (9,8%) e intermediação financeira e seguros (8,8%), sempre na comparação com o terceiro trimestre do ano passado.


Investimento cresce 19,7%

Os dados do IBGE mostram que os investimentos das empresas (a chamada "formação bruta de capital fixo") aumentaram 19,7% na comparação com o terceiro trimestre de 2007.

O motivo, segundo o IBGE, foi o aumento da produção interna e da importação de máquinas e equipamentos.

O consumo das famílias aumentou 7,3%, no 20º crescimento consecutivo quando se compara um trimestre com o seu equivalente no ano anterior. Essa evolução é explicada pelo crescimento de 10,6% da massa salarial (total de salários pagos no país), na avaliação do IBGE.

As despesas da administração pública aumentaram 6,4% em relação ao terceiro trimestre de 2007. No setor externo, as exportações de bens e serviços subiram 2%, bem menos que as importações (22,8%). Desde o primeiro trimestre de 2006, segundo o IBGE, a taxa de crescimento das importações supera a das exportações.


Crise

A crise financeira internacional ganhou força a partir da metade de setembro, com o colapso do banco de investimento Lehman Brothers. A partir daí, os sinais de recessão global começaram a aparecer – o que leva analistas a prever uma contração do PIB também no Brasil no quarto trimestre.

Na avaliação do Professor da FEA-USP, Luiz Jurandir Simões Araújo, os números divulgados nesta terça-feira, assim como os do próximo trimestre, ainda trarão um saldo positivo do período anterior ao agravamento da crise financeira global. Araújo não descarta uma desaceleração entre o quarto e o terceiro trimestre de 2008, mas, para ele, o verdadeiro teste para a economia brasileira será conhecido a partir de março de 2009. “O impacto da redução dos postos de trabalho fechados na Vale, a redução de projetos imobiliários e a retração do crédito no financiamento de automóveis só deve ser conhecido depois de março de 2009”, avalia Araújo.


Revisões

Também nesta terça-feira, o IBGE revisou, para cima, o resultado do crescimento do PIB do País em 2007. Segundo os dados do órgão, a expansão no ano passado foi de 5,7%, acima dos 5,4% anunciados anteriormente.

O IBGE revisou também o desempenho econômico do Brasil no primeiro trimestre deste ano. O PIB, segundo os novos dados, cresceu 1,7% entre janeiro e março de 2008 na comparação com o último trimestre de 2007, bem acima do 0,8% informado inicialmente.


vermelho.org

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